O solitário busca o seu próprio interesse e insurge-se contra a verdadeira sabedoria (Pv 18.1). Ao longo de toda a minha trajetória ministerial, um dos maiores aprendizados que obtive na vida é que não posso viver isolado. Quem se isola tornar-se uma presa fácil nas mãos de Satanás, pois tudo o que ele quer com isso é que a pessoa não tenha amigos.
Há aqueles que não possuem amigos, tudo o que possuem são colegas. Muitas vezes isso acontece com médicos, arquitetos, engenheiros, professores, enfim, colegas de profissão que permanecem ali a maior parte do tempo, mas, independentemente de sua ocupação, são pessoas que não sabem cultivar amizades em seu ambiente de trabalho. Às vezes, isso acontece até na igreja, lugar onde há irmãos que podem até se cumprimentar com a paz do Senhor, mas, depois, cada um segue seu próprio caminho. Pessoas que não têm amigos e se isolam vivem em seu mundo de uma maneira tão blindada que não há quem possa se aproximar e criam uma redoma em volta de si ou em um trono que ninguém consegue chegar perto.
Existe uma sabedoria que é mundana, falsa, destruidora e não verdadeira. É a sabedoria enganosa daqueles que se julgam melhores e por isso não se misturam com ninguém. Isso é muito comum entre pastores, principalmente de igrejas grandes. Suas igrejas fazem encontro de mulheres, de homens ou de líderes, por exemplo, e, porque tais eventos são altamente frequentados, enchendo a igreja de fiéis, seus pastores acostumam-se com a ideia de viver isolados, sem se unir a outras denominações. Uma das nossas principais lutas, no CPEMG, é manter os pastores unidos. Muitas vezes, uma das minhas maiores preocupações é que os pastores das grandes igrejas de Belo Horizonte estejam sempre unidos, dando exemplo aos pastores mais jovens e outros líderes de igrejas menores. Independentemente de quem se é meu dia de pregar ou não, procuro sempre estar presente em nossas reuniões, pois comparecer só em dias que eu ministro não é salutar.
Uma bandeira que devemos defender juntos é a Marcha para Jesus 2019, que será dia 15 de novembro. Em marchas realizadas em anos anteriores, vi líderes que só se interessaram em participar no momento de se destacar, subindo ao carro de som para ministrar uma palavra e ou orar.
Isolados somos fracos. É triste saber que alguém está reunindo mais um grupo de pastores que não são da sua denominação, com o intuito de fazer um café ou uma reunião equivalente a do Conselho, como se precisasse existir outro. Isso não é bom, pois, com isso, o inimigo achará brechas entre nós.
Precisamos nos unir em torno de um só propósito. O Conselho de Pastores é uma representação de várias igrejas, não só uma, e não é com cunho denominacional, buscando privilegiar um ou outro ministério. Em nossas reuniões pregam pessoas que às vezes eu não concordo, mas que as considero importantes dentro da nossa cidade. Por quê? Por causa da comunhão, pois não quero viver isolado. O Conselho de Pastores não prioriza nomes, não tem cunho político e não tem bandeira ideológica, a não ser a de glorificar o Rei Jesus, o único Senhor da Igreja.
Considere a seriedade de minhas palavras, pois, Satanás, como predador, vai isolando as pessoas tal qual o fazem os leões com os búfalos, as zebras ou as hienas que, ao saírem estes do grupo, são atacados, sufocados e destruídos pela força do esperto predador, que sabe muito bem que suas presas só são fortes enquanto permanecem unidas ao seu grupo.
Tenho consciência de que não sou o eterno presidente do nosso Conselho. Eu estou presidente do Conselho. Meu desejo é que as igrejas sejam unidas. Pelo Brasil afora, a fama das grandes igrejas de Minas Gerais é que nós somos exemplarmente unidos. Contudo, não faremos jus a essa imagem, caso nos isolemos, tomando, cada um, conta de seu rebanho ou de seu grupo, não participando daquilo que é de nosso interesse comum. Isso vale para pastores renomados e pastores não tão conhecidos.
O que realmente desejo é que a sabedoria de Deus se cumpra em nossa cidade e que a unidade de Deus seja uma realidade aqui, como diz o Salmo 133, para que então nesse lugar o Senhor ordene a bênção e a vida para sempre. Precisamos nos unir em torno do nome de Jesus, pois é Deus quem põe pessoas na sua igreja, seja nas Batistas da Lagoinha, da Getsêmani, seja na Oitava Presbiteriana, na Quadrangular, na Assembleia ou em tantas outras já notoriamente abençoadas. Lembre-se que Davi estava isolado e Satanás o derrubou, destruindo sua família e matando seus filhos.
O Senhor Jesus, orando, disse que seu desejo é que sejamos um, como Ele e o Pai são um (Jo 17.20-23). Por isso, querido pastor, vamos nos unir! Não vamos criticar outra igreja, outros ministérios. Vamos viver em unidade.
Portanto, que Deus nos abençoe e que estejamos sempre juntos, em nome de Jesus.
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