Assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.” (Rm 12.5)

 

Nós somos a igreja de Cristo, vivemos envolvidos em muitas atividades. Fazemos missões, trabalhos sociais, inserimo-nos na sociedade, mas não é isso que nos diferencia de outras religiões.

 

A nossa diferença está na verdade que pregamos: a palavra de Deus! Ensinamos que “Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16)

 

Desde o seu início, a igreja foi chamada a preservar a pureza do evangelho de Cristo, proclamando as boas novas de Deus para o mundo.

 

Já no século I, começou a haver distorções dessa mensagem. Havia os “judaizantes”, que eram judeus convertidos ao cristianismo, que ensinavam que você deveria crer em Cristo para Ele ser o seu salvador, mas ensinavam também a guardar as obras das lei que Moisés havia ordenado, o que distorcia o evangelho de Cristo.

 

Depois, surgiram os “libertinos”, dizendo que seriam salvos de qualquer maneira pela graça de Deus e usavam essa desculpa para viverem em pecado.

 

No século II, aparece o “gnosticismo” como tentativa de misturar a fé cristã com a filosofia grega e, mais uma vez, a igreja foi exigida em combater a distorção do evangelho.

 

Então, no século IV, veio a “institucionalização da igreja”. A igreja virou uma grande instituição com a chegada do papa, que era considerado infalível. Doutrinas estranhas entraram na igreja como a adoração à Maria, mediação de santos e a salvação por obras.

 

Com essa conduta da igreja Católica Romana, alguns homens levantados por Deus começaram a questionar a igreja e, ao estudar a Bíblia, perceberam a verdade sendo distorcida!

 

Foi no início do século XVI que o monge alemão Martinho Lutero, abraçando as ideias de alguns pré-reformadores, proferiu três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517.

 

Em 31 de outubro de 1517, foram pregadas as 95 Teses na porta da Catedral de Wittenberg. Esse fato é considerado como o início da Reforma Protestante.

 

Essas teses condenavam a “avareza e o paganismo” na Igreja e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam.

 

O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformadores protestantes, originando o Protestantismo.

 

Os princípios fundamentais extraídos da Reforma Protestante são conhecidos como “Os Cinco Solas (“Os cinco “somente”).

 

Os cinco solas são escritos em latim que definem princípios fundamentais da Reforma Protestante em contradição com os ensinamentos da Igreja Católica Apostólica Romana, que resumem os credos teológicos básicos dos reformadores, pilares dos quais creram ser essenciais da vida e prática cristã. São eles:

 

Sola Fide (Somente a Fé)

 

 

Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: “O justo viverá pela fé”. (Rm 1.16-17)

 

“Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus.”

 

Sola Gratia (Somente a Graça)

 

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2.8-9)

 

“Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.”

 

Solus Christus (Somente Cristo)

 

Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo. (1Tm 2.5-6)

 

“Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai.”

 

Sola Scriptura (Somente as Escrituras)

 

 

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2Tm 3.16-17)

 

“Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado.”

 

Soli Deo Gloria (Somente a Deus a Glória)

 

 

Não a nós, SENHOR, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade! (Sl 115.1)

 

“Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.”

 

Dessa maneira, nós, como igreja de Cristo, geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, devemos nos posicionar em favor de manter viva a chama do evangelho, anunciando as grandezas de Deus de maneira pura e simples.